Hoje me reconheci em muitas situações do texto que encontrei no face da minha guru Lucía Pozzi. A autoria é da Martha Medeiros. Como às vezes a gente é levado pela correnteza da vida, né? Mexeu comigo, compartilho contigo, amigo (a) leitor (a)!
“Já
fomos mais silenciosas. Mas, ao ganhar o direito à voz, nos tornamos
mulheres aflitas, que não se permitem um momento de quietude. Falamos,
falamos, falamos compulsivamente, como se fosse contra-indicado
guardar-se um pouco, como se o silêncio pudesse nos inchar. Já sofremos
com mais pudor. Hoje nossas deprês são extravasadas, distribuídas,
ofertadas, viram capa de revista, como se a dor fosse
uma inimiga a ser despejada, como se o sofrimento fosse algo venenoso e
necessitasse de expulsão, como se não valesse a pena alimentar-se dele e
através dele crescer.
Já fomos mães mais atentas, que geravam por mais
tempo, por bem mais do que nove meses. Levávamos os filhos dentro de
nossas vidas por longos anos. Hoje temos mais pressa em entregá-los para
o mundo, a responsabilidade pesa, e como peso é tudo o que não
queremos, acabamos por nos aliviar dos compromissos severos de toda
educação. Já fomos mais românticas. Hoje o sexo é mais importante,
queima calorias, melhora a pele e não duvido que um coração vazio também
ajude na hora de subir na balança.
Por um lado, conquistamos tanto, e,
por outro, estamos nos esvaziando, querendo tudo rápido demais e abrindo
mão de aproveitar o que a vida tem de melhor: o sabor, o gosto. Calma,
meninas. Amor não engorda. Discrição não engorda. Reflexão não engorda.
Não é preciso se agitar tanto, correr tanto, falar tanto, brigar tanto,
nada disso é exercício aeróbico, é apenas tensão. Nesse ritmo,
perderemos a beleza da feminilidade e acabaremos secas não só por fora,
mas por dentro também.” (Martha Medeiros)
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