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sábado, 31 de outubro de 2015

Café com Afeto encerrou encontros de 2015 em alto estilo



Com fotos de Rildo Amorim


Com a sala do Museu Histórico de Mato Grosso repleta de convidados ávidos pelo tema da noite, consumismo, a idealizadora do Café com Afeto, Isolda Risso, encerrou a temporada 2015 de encontros filosóficos na noite desta quinta, 29 de outubro.

Foram seis edições consecutivas e o sentimento de dever bem cumprido. “Debatemos temas relevantes para nossa vida nestes meses, desde filosofia, crise econômica, educação contemporânea, vícios, utilização de tecnologias ao consumismo”, comemorou Isolda, anunciando para março a primeira edição do Café com Afeto em 2016.

Isolda Risso

Os convidados Saulo Gouveia e Gizelda Capilé pontuaram bem os desafios tocantes à temática consumismo. A diferenciação entre consumo e consumismo foi o ponto de partida para a discussão do encontro. Conforme os palestrantes, consumo é uma necessidade, consumismo é a extrapolação dessa necessidade básica. 

Temos dificuldade para lidar com dinheiro e muitas vezes nos tornamos escravos dele, foi uma das conclusões do consultor financeiro Saulo Gouveia. Ele ainda alertou que a falta de um objetivo nobre faz com que as pessoas só levem a vida. Saulo defende a ética das virtudes, baseada em três fatores: a previdência (condição para viver de forma saudável); a operosidade (trabalho essencial) e a resolução (vontade de realizar).

Para o consultor, ter liberdade financeira é alcançar uma condição de renda que cubra o orçamento doméstico. “A maior prisão é ser escravo do trabalho, em qualquer idade”, advertiu Saulo.

Saulo Gouveia

Numa visão bem humanista, a psicóloga Gizelda Capilé pontuou vários fatores que podem ser denominados como consumismo, e citou saídas palpáveis para o problema. “Tudo que a gente pensa se realiza, quando a gente acredita o universo dá uma força. A gente consome o ar que respira, afetos, conhecimento. A gente dá e recebe”. Para Gizelda, as coisas sempre estão aí, depende de como nos relacionamos com elas.

Gizelda Capilé

O consumo está por toda parte, a ética de como nos relacionamos com ele é o segredo para a liberdade. “A opinião dos outros é importante como referencial de conhecimento, mas nós temos que desenvolver o nosso valor, alertou Gizelda.  

“É preciso coragem moral para o enfrentamento conosco mesmo. Comprar é bom, mas o prazer é fugidio, o desprazer é muito perigoso, estamos sempre em busca do prazer”, disse a psicóloga. 

O consumismo leva a muitos problemas, advertiram os participantes. “Essa roda viva nos causa conflito, síndrome de pânico, ansiedade, sentimento de inadequação e consequente fuga”, completou Gizelda.




Outra conclusão é que a gente quer mudança, mas não quer mudar. Fazer a pergunta “como quero viver” é outra pista valiosa indicada pelos palestrantes para viver mais livremente. Com certeza são temas relevantes para edições e mais edições dos próximos encontros do Café com Afeto, que volta em 2016 repaginado e ainda mais rico em humanidades. Como citado na última edição do encontro filosófico, a realização dessas conversas já ajuda a reduzir muitas aflições humanas. Vida longa ao Café com Afeto!