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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Cris Guerra: "Um simples toque"

Quando éramos pequenas, antes de dormir havia um ritual. Ela se deitava ao meu lado na cama e uma de nós fazia cócegas nas costas da outra - um dia eu, no outro ela. A medida era contar até 100. Com as pontas dos dedos, ela escrevia em minha pele o seu amor de irmã mais velha. Guardo essas cenas comigo, junto à maciez das mãos de minha mãe. Num tempo sem internet, longas eram suas conversas ao telefone. Eu me deitava ao alcance de seus dedos e, enquanto os assuntos se desenrolavam, ela fazia caracóis nos meus cabelos, tocando com as unhas compridas meu couro cabeludo. Eu não me achava capaz de viver sem aquelas mãos. Mas meus pés pensaram mais rápido e deram um jeito de me trazer até aqui. Hoje, ofereço as minhas. “Aqui nas costas, com a ponta dos dedos”, pede meu filho, objetivo. E me ponho a lhe dizer com as mãos aquilo que a boca não é capaz. E o corpo dele é todo ouvidos para longos textos de amor e perdão. Ontem, no curativo que o pai lhe fez nos dedos dos pés, muito também foi dito - e ele compreendeu. Raramente tive esse diálogo com meu pai. Havia recessos, como no dia em que meu irmão, sem querer, fechou a porta do carro na minha mão. A recompensa da dor foi sua medicina dedicada a mim: dedos examinados e enfaixados, devidamente tratados com pomada anti-inflamatória. Alguém para me fatiar a pizza na hora do jantar e um coração saciado da velha sede de atenção. Retribuí bem mais tarde: não tendo nada a dizer diante de uma doença que nos vencia, eu tagalerava cafunés. Inevitavelmente ele se foi, não sem antes deixar claro que não havia carinhos como os meus. São muitas as histórias dedilhadas, mas o tempo parece ter roda: logo as mãos se ocupam de outros afazeres e passam a correr como pés aflitos, em busca do intocável. É preciso um fato novo ou alguém para que os dedos recuperem a sensibilidade e retomem alguma suave coreografia. Sensíveis a essa verdade que habita a todos, quatro jovens cheios de dedos corajosamente acarinham uma cidade seca. Com gestos simples, que alguns podem nomear como inúteis, três mocinhas e um rapaz de 20 e poucos anos alimentam um sonho chamado “Coletivo Dedos Verdes”: usam a cabeça para tocar pessoas. Apenas um de vários pequenos movimentos que nos falam de uma metrópole sensível ao toque. A flor ameniza a dor, um sorriso cala a buzina nervosa e um tocar de pele nos surpreende com a notícia: há alguém ali do outro lado. Desconfiadas, as pessoas confirmam: não estamos habituadas ao carinho gratuito, à atenção. Não sabemos mais ser importantes para o outro. “Um coletivo de intervenções urbanas e humanas” é como se define o grupo fundado, não por acaso, por uma estudante de psicologia e três de arquitetura. Em um trabalho de formiguinhas, eles mudam cenários por poucos e valiosos instantes. Distribuem flores no semáforo, investigam sonhos ocultos, decoram com almofadas um pedaço do chão da rodoviária e se põem a ouvir histórias de quem as tiver para contar. Seguem espantando positivamente os descrentes de receber algo de graça, habituados a imaginar que tudo está à venda. Provocam tantos olhares desconfiados quanto sorrisos. Transmutam ambientes hostis em um dia azul. Eles querem nos tocar. Querem nos fazer lembrar dos nossos próprios desejos, da alegria ali ao alcance. Um movimento sem grandes pretensões, que a cada coração tocado muda um universo inteiro. São jovens que já nos falam de um novo mundo, dispostos a um milagroso efeito dominó. É tão simples. Tão simples, que ninguém faz. Mas seus dedos verdes fazem. E nos convidam a fazer também.

Seis anos. Infinito amor.

Ele é o meu guri boiadeiro. Faz cara de bravo, tem coração de ouro. Tenta ser o rei da casa, viaja como bom aquariano. É o nosso xodó mirim. Seis anos de infinito amor.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

JP, seis anos iluminados.

A última foto dos cinco anos. Hoje ele comemora seis. Nosso João Pedro, popular JP, o "boiadeiro", chegou ao mundo num dia ensolarado de fevereiro. Me proporcionou uma das maiores e intensas alegrias da vida: nasceu de parto normal. Desde o primeiro minuto de vida foi intenso, vivo, vibrante. E assim continua. Percebe tudo, quer saber de tudo. Mas faz pose de bravo, como nesta foto. Quanto mais bravinho, mais nos apaixonamos por ele. Tem o coração de açúcar. JP, somos alucinados por você. Receba todo o carinho do mundo. Mamãe, papai e maninho Pedro Augusto.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Cadeiras na Calçada, lugar da família!

O vai e vem das famílias durante o evento Cadeiras na Calçada, na Rua 24 de Outubro, é lindo de se ver. A cada dia o evento se firma como um lugar bacana pra se passear, ver amigos, apreciar arte, cultura e música de qualidade. Os comerciantes se preparam pra receber os visitantes com muito carinho. E no dia 9 de março tem a edição Cadeiras na Calçada- Dia da Mulher. Nos vemos lá.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Nosso coração é Cadeiras na Calçada!

Nosso coração é alegria, é comunhão, é parceria. Hoje tem Cadeiras na Calçada. Das 13 às 22 horas, no coração de Cuiabá: Rua 24 de Outubro. As lojas já estão abertas pra você. A partir das 13 nossa feirinha cultural, musical e gastronômica, aqui no último trecho da Rua 24 de Outubro.